Coletividade: conheça 5 benefícios que síndicos ganham ao promoverem a coletividade no condomínio
Explorar a vida em grupo no condomínio faz bem para quem mora e também contribui para a gestão alcançar melhores resultados. Quebre paradigmas!
Todos falamos que os condomínios são uma coletividade. Mas, será que sabemos, de fato, o que é coletividade ? E mais, será que compreendemos o poder da coletividade dentro desses empreendimentos?
De modo claro e simples, o novo dicionário da língua portuguesa (Aurélio), define que condomínio é o “domínio exercido juntamente com outrem” e coletividade significa um “conjunto de seres que, por possuírem interesses comuns, constituem um corpo.”
Ou seja, a coletividade de um condomínio pode ocorrer apenas pelo fato de que todas as pessoas daquele edifício escolheram morar naquele local pela localização, comodidade e/ou qualidade de vida.
Ocorre que, ao participar de uma coletividade, cada indivíduo também traz consigo seus demais interesses, crenças, hábitos e preferências, o que na maioria da vezes interfere negativamente na convivência e que nos faz desistir de investir ou valorizar a coletividade.
Benefícios de promover o senso coletivo nos condomínios
Entretanto, para quebrar todos os paradigmas da coletividade no tocante a condomínios, seguem a seguir alguns benefícios de como a exploração da vida em grupo faz bem e contribui para melhores resultados:
1) Autorresponsabilidade
O senso coletivo impacta diretamente na autorresponsabilidade, que atualmente é um dos maiores problemas da vida condominial. Muitos condôminos não se sentem responsáveis ou parte do processo de gestão do condomínio e por este motivo, não seguem regras, não participam de assembleias e não contribuem para melhorias contínuas.
2) Melhora na convivência
Com o aumento do senso de responsabilidade, consequentemente há uma melhora no convívio, pois, ao se sentir parte daquele grupo, cada indivíduo tende a se responsabilizar pelos seus atos e evitar que tais atos sejam prejudiciais aos outros. Afinal, ele espera o mesmo dos demais indivíduos, que são parte dessa comunidade.
3) Mais criatividade
A coletividade tende a elevar o nível de criatividade. E, agora, vai mais uma quebra de paradigma: criatividade não é criar coisas totalmente novas e mirabolantes, criatividade é desenvolver soluções. E a vida em grupo gera excelentes resultados nesse processo.
4) Tomada de decisões mais assertivas
O preconceito de evitar levar temas para serem discutidos amplamente em assembleias, porque gera tumulto ou até mesmo confrontos, pode ser um dos principais erros da gestão.
No livro, “A Sabedoria das Multidões” , o autor James Surowecki defende a ideia de que não é o grupo que sempre dará a resposta certa, mas, que na média, o grupo regularmente oferecerá uma resposta melhor que a de qualquer indivíduo.
Ou seja, ouvir o coletivo, pode direcionar a tomadas de decisões mais assertivas. Importante destacar que as deliberações do grupo são mais bem-sucedidas quando há propósitos claros e quando os líderes assumem um papel ativo e democrático de assegurar que todos tenham uma oportunidade de falar.
No caso das assembleias, o síndico pode utilizar os diversos meios de comunicação para repassar com clareza e transparência o objetivo proposto antes das assembleias. Com organização e assertividade, como líder, ele poderá orquestrar a tomada de decisão da melhor maneira.
5) Gestão colaborativa
Esse processo de tomadas de decisões em grupo, pode e deve ocorrer além das assembleias, como por exemplo, a criação de comissões para determinados objetivos de investimentos e melhorias. Esse envolvimento gera uma gestão colaborativa, que por sua vez gera maior engajamento nas assembleias e até mesmo relacionamentos além do elevador.
Um exemplo dessa prática é a metodologia Kaizen – muito implantada em grandes empresas –, que permite envolver as pessoas, baixar os custos e melhorar a produtividade. Com as devidas adaptações essa mesma metodologia pode ser usada nos condomínios e gerar bons resultados.
Entenda quem são os moradores do seu condomínio
Não quero aqui criar uma utopia de que facilmente teremos o engajamento das pessoas, pois, como descrito a alguns parágrafos acima, cada indivíduo possui suas crenças, hábitos e preferências que simplesmente o impedem ou não geram nenhum instinto de participação. No entanto, como líderes, podemos sim investir na busca por uma coletividade mais ativa.
Por fim, é para não perder tempo e se desgastar diariamente, que os síndicos precisam se atentar a conhecer o grupo que lideram, e ter um cadastro dos condôminos e moradores, contendo informações como profissão, estado civil, número de filhos, expectativa em relação ao condomínio e sugestões de melhorias.
Isso facilitará identificar hábitos, trocar informações, criar estratégias para valorizar o coletivo e compreender a melhor forma de reconhecer e atender as expectativas de cada um.
(*) Letícia Duarte é Graduada em Gestão de Recursos Humanos, possui especialização em Liderança, Oratória; Relações Humanas e Desenvolvimento Emocional pela Nobre Treinamentos. Atua há sete anos no segmento de Administração de Condomínios como Síndica Profissional e Gerente Financeiro, desenvolvendo estratégicas de valorização das edificações, através do planejamento de manutenção e conservação predial, relações humanas e gerenciamento de conflitos. Também atua como Instrutora de cursos de Administração de Condomínios nas escolas IMEP e SECOVI com sede em Balneário Camboriú/SC.
Fonte: Síndiconet
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